sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Dos Mujeres, Un Camino (1993): Quem nunca amou duas mulheres?

No meio do caminho de todo mundo, há sempre um obstáculo. No caminho de Johnny, haviam dois: a mulher e a amante.

Dos mujeres, un camino.jpg

Dois anos depois do êxito de Muchachitas e da quase despercebida Mágica Juventud, o produtor Emilio Larrosa voltava à cena com Dos Mujeres, Un Camino. A trama trazia o caminhoneiro Johnny (Erik Estrada), que era casado com Ana María (Laura León) e tinha dois filhos.

Mas suas constantes viagens entre o México e os Estados Unidos acabaram cruzando o caminho de Johnny com o da jovem garçonete Tania (Bibi Gaytán). E pior: Johnny se apaixonou por ela.

Como toda novela que se preze, o mocinho tinha seus arquirrivais: o delegado Raymundo Soto (Roberto Palazuelos) também sentia amor por Tania, mas ao mesmo tempo tentava livrar a cara do rival da família Montegarza, comandada por Ismael (Enrique Rocha).

Tudo porque o primogênito de Ismael, Bernardo, supostamente morreu num acidente de carro. Mas espera aí: porque o delegado queria livrar Johnny dos Montegarza?

Simples: porque Raymundo suspeitava que um meliante apelidado de Medusa poderia bem ser um dos Montegarza (apesar de não saber muito bem quem era o verdadeiro Medusa).

A trama teve tanta reviravolta que, na reta final, apareceu o Medusa: Bernardo Montegarza (Eduardo Liceaga em participação especial), o "falecido" filho de Ismael, que era apaixonado por Ana María, que era casada com Johnny, que era amante de Tania... Até o último capítulo.

Por sinal, um triste desfecho, que vi e revi com meus próprios olhos: Bernardo ameaçou matar Ana María se ela não ficasse com ele. Até aí, tudo bem, coisa de bandido. O ruim é que, antes da esposa de Johnny aparecer, Tania surgiu no apartamento e ficou trancada. Quando Johnny chegou, o barraco estava armado. Foi só Tania ouvir a voz de Johnny, ver a cena em sua frente e salvar a vida de Ana María, levando uma facada no peito. Triste, não?

Mas engana-se quem disse que acaba por aí: depois de Tania enterrada, Johnny começou a ter pesadelos com ela (e ele estava com Ana María). Ana María, sabendo disso, resolveu deixá-lo sozinho.
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O elenco fora escolhido a dedo. A novidade (e o burburinho) mesmo ficaram por conta do ator norte-americano Erik Estrada, o eterno Frank Poncharello da série CHiP's. Bem representou Johnny que, vamos combinar, era um baita dum galinha, né?

Para as duas mulheres do título, era uma segunda trama de sucesso para cada. Laura León, apesar do êxito de Esther em Muchachitas, já havia aparecido como Alejandra em Amor En Silencio, mas foi com esta novela que ela se tornou peça-chave das tramas de Emilio Larrosa, interpretando a mãe e esposa sofredora [marca registrada da hoje primeira atriz]. Tanto que voltaria a protagonizar outra novela de êxito, El Premio Mayor, ao lado de Carlos Bonavides [curiosamente, também produzida por Emilio Larrosa].

O mesmo se diz de Bibi Gaytán, que já havia protagonizado Alcanzar Una Estrella II, mas que só alçou a fama quando interpretou o par romântico de Eduardo Capetillo em Baila Conmigo e se tornou esposa do mesmo também na vida real, pouco depois de ter dado vida à Tania, que (a meu ver) devia ter um desfecho diferente do exibido no México.

Outros destaques do elenco: Itatí Cantoral [Graciela] e Rodrigo Vidal [Ricardo Montegarza], que formaram um par tão bonito que acabou no altar, quando ela recusou o amor dele; o primeiro ator Enrique Rocha [Don Ismael], dando a seu personagem o toque de vilão que ele têm; Sergio Sendel [Raymundo], que substituíra Roberto Palazuelos e alçou mais carisma que o primeiro.

Uma das características mais fortes da novela, porém, foi a trilha sonora, do gênero grupero, que apareceu através das canções do grupo Bronco [liderado por José Guadalupe Esparza, que se separou em 1996 e voltou em 2003 sob o nome de El Gigante de América] e da cantora Selena Quintanilla [Selena só fez uma participação especial na trama, mas foi a primeira e também a última novela em que ela apareceu, vide que ela fora ter um desfecho tão cruel como o de Tania, mas na vida real: ela também foi assassinada, só que pela "amiga" Yolanda Saldívar, em 1995].
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Dos Mujeres, Un Camino, levou dois Premios TVyNovelas 1994 [Enrique Rocha {melhor primeiro ator} e Rodrigo Vidal {melhor ator jovem}]. Mas perdeu o posto de melhor novela do ano para um outro sucesso de igual categoria: Corazón Salvaje.

Enfim, deixo com vocês uma mensagem de José Guadalupe Esparza, líder do Bronco, que fora por ele gravada em 2006, audível pouco antes da música Dos Mujeres, Un Camino (que foi o 2º fundo de abertura da novela) e traduzida aos amigos:

"Me digam, amigos,
Quem não sentiu que a consciência lhe quer?
Quem não amou a duas mulheres
E viu como o coração se parte em dois?"

2 comentários:

  1. Gente a esposa deu um pé na bunda do safado traidor nessa época? Que diferente!

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    1. Ainda bem, né? O Emilio Larrosa queria surpreender a audiência da época de algum jeito, mas deixou gravados mais três finais alternativos (https://www.youtube.com/watch?v=dd_c-GYlMJo). Em dois deles, o Johnny decidia por uma e abandonava a outra. No terceiro, ele ficava sozinho do mesmo jeito, mas a Tania ficava viva no fim.

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